Sábado
Lawrence Abu Hamdan + Lendl Barcelos
Paisagens sonoras de conflito
Gratuito
Conversa em inglês
Moderação: Liliana Coutinho
Lawrence Abu Hamdan e Lendl Barcelos são dois artistas que têm trabalhado, entre outras dimensões, a relação entre o som e os seus efeitos nos corpos. Será possível experimentar esse questionamento na peça de Abu Hamdan, Air Pressure, que é exibida nesta edição do INDEX. Nesta obra, inquirem-se as violações do espaço aéreo libanês pelas forças militares israelitas durante 15 anos, criando uma paisagem sonora quotidiana de grande tensão e interrogando o uso do som como instrumento de silenciamento em tempos de guerra. Abu Hamdan e Barcelos trabalham no campo a que se pode chamar de política da escuta e da cultura aural, a partir dos quais será lançada a conversa.
Lawrence Abu Hamdan
Lawrence Abu Hamdan apresenta-se como “detetive”, escutando com ou em nome de pessoas afetadas pela violência empresarial, estatal ou ambiental. Tem base em Beirute (Líbano). Os seus trabalhos refletem acerca do contexto cultural e político do som e da escuta, apresentando-se sob a forma de relatórios forenses, conferências performativas, filmes, publicações e exposições. As investigações sonoras de Abu Hamdan têm sido usadas como prova em processos para a obtenção de asilo ou como parte de campanhas de ONG internacionais. É autor de obras nas coleções dos museus Reina Sofia (Madrid, Espanha), MoMA (Nova Iorque, EUA), Guggenheim (Nova Iorque, EUA), Centre Pompidou (Paris, França) e Tate Modern (Londres, Reino Unido). Apresentou-se na Biennale de Veneza de 2019 (Itália) e foi premiado, pelo filme Rubber Coated Steel (2017), no festival de cinema de Roterdão (Países Baixos). Em 2019, juntamente com Helen Cammock, Oscar Murillo e Tai Shani, recebeu o Turner Prize, que reconheceu o trabalho dos quatro artistas em questões sociais e políticas contemporâneas.
Lendl Barcelos
Lendl Barcelos divide o seu tempo entre a escrita, o ensino, DJ sets e som para espetáculos. Fez parte do projeto Orelha Infinita, exposições baseadas na surdez como uma experiência sónica. Participou nas Bienais de Veneza de Arte e de Arquitetura (Itália), e mostrou trabalho no Festival Tremor (São Miguel, Açores), Garage (Moscovo, Rússia) e Tate Britain (Londres, Reino Unido), entre outros.
O programa pensamento da Bienal INDEX tem o apoio do European Digital Deal.